Prepare seus mapas de transição para a soft economy

“Não se chega no futuro movendo de hard para soft somente, nem adquirindo máquinas em nome do progresso”, diz Ligia Zotini, em seu segundo artigo

Depois de entendermos que soft economy é o conjunto das novas economias sendo aceleradas por forças tecnológicas e humanas emergentes, movendo a sociedade ao longo das próximas décadas, muitas pessoas começam a questionar as maneiras de migrarem para os novos paradigmas, que trarão, não somente novas economias, mas novas profissões e organizações, bem como novas versões de seres humanos.

Acreditamos que a melhor maneira de se preparar para essa jornada é ganhando repertórios, algo que o Fórum Econômico Mundial chama de Futures Literacy, ou alfabetização de futuros. No Voicers, usamos o termo “educação de futuros”, no qual trazemos dados, referências e insights para que as pessoas desenvolvam seus próprios mapas de transição.

Quando falamos de mapas de transição propomos sempre projetar caminhos por cenários desejáveis, quando o melhor da tecnologia encontra o melhor do humano.

Porque isso:

  • Ao trazer um cenário, uma realidade pode ser compreendida e aceita como possível de ser realizada;
  • Cenários futuros para todos não devem ser mapeados por poucos, tendo restrições e medo como base;
  • Reflexões, decisões e ações podem acontecer com base em um cenário.

Para esboçarmos essas mudanças, desenvolvemos uma metodologia própria que constantemente olha para pilares econômicos tradicionais, como infraestrutura, dinheiro, conhecimento e relações. Estudamos como esses padrões se comportam quando, não somente a tecnologia em desenvolvimento, mas, também, humanos em desenvolvimento promovem inovação a partir da troca entre antigos e novos paradigmas.

Abaixo estão as características mais recorrentes que promovem a inovação em cada uma das economias. Por mais que sejam complementares em algumas das áreas, em sua maioria são opostas – reforçando a necessidade de se criar mapas de transição para cenários futuros mais desejáveis.

PILARESHARD ECONOMYSOFT ECONOMY
INFRAESTRUTURA
(física, tecnológica, gerencial)
• Sólida
• Robusta
• Hierárquica
• Matricial
• Flexível
• Necessária
• Ágil
• Rede
DINHEIRO
(próprio ou de terceiros)
• Base
• Grande dependência
• Acúmulo
• Fins lucrativos
• Acesso
• Dependência relativa
• Circular
• Meios lucrativos
CONHECIMENTO
(educação, comunicação, informação)
• Parcial
• Compartimentado
• Focado
• Manter o poder
• Integral
• Transparente
• Expandido
• Facilitar o poder
RELAÇÃO
(liderança, trabalho, afetivas)
• Controle
• Desempenho
• Competição
• Necessidade
• Confiança
• Fluxo
• Colaboração
• Afinidade

As pessoas que possuem educação de futuros, que levam em conta forças tecnológicas e humanas, adquirem a capacidade de desenvolver mapas de transição mais expandidos. Elas entendem que não se chega no futuro movendo de hard para soft somente − nem adquirindo máquinas em nome do progresso. Mapas desejáveis são feitos à base de equilíbrio de todas as forças em cada um dos pilares, momento a momento, buscando sempre os novos repertórios em soft, para construir transições cada vez mais conscientes.

Para ajudar nesses processos de educação façamos deste um local de atualizações, reflexões e inspirações sobre todo o universo de soft economy e seus mapas de transição.

Ligia Zotini
Ligia Zotini

É pesquisadora de cenários futuros e fundadora do Voicers, um ecossistema de pesquisa, educação e experiências sobre cenários futuros. Escreve sobre soft economy para a Think Work.

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