Em sua estreia para a Today, Danilca Galdini fala sobre os pontos em comum entre os projetos mais inovadores do Think Work Flash Innovations

Os últimos anos foram marcados por acontecimentos que testaram o status quo. São questões políticas, econômicas, sociais e ambientais que estão nos forçando a repensar a estrutura social. Também estão remodelando o papel das organizações no mercado e o que as pessoas esperam do trabalho e da empresa como marca empregadora. 

Essa reflexão sobre significado do trabalho e relações profissionais está gerando alta rotatividade dentro das organizações. Mesmo diante de um cenário instável economicamente e com alta taxa de desemprego, as pessoas estão pedindo demissão. Segundo o levantamento da Lagom Data para Você S/A, o total de pedidos de demissão em 2021 foi o dobro do número registrado antes da pandemia. E esse cenário tende a permanecer, já que na pesquisa Carreira dos Sonhos 2022, que teve a participação de mais de 117 mil pessoas no Brasil, 61% de pessoas que estudam ou são recém-formadas, 54% de pessoas que ocupam cargo de Média Gestão e 42% de pessoas que ocupam cargo de Alta Liderança disseram que pretendem mudar de emprego nos próximos meses. 

Já passamos da fase de discutir o quão importante as pessoas são para a organização, então temos que tratar estes dados com seriedade e entender que o contexto atual exige novos modelos de gestão. É fundamental criarmos algo contemporâneo e, ao mesmo tempo, deixarmos de aplicar práticas desatualizadas e antiquadas, que não atendem às necessidades nem das pessoas, nem do negócio. 

Inovar em gestão de pessoas não é tarefa fácil. Nos últimos anos, as organizações adaptaram ou incrementaram práticas e modelos já existentes ao invés de construírem novas experiências e metodologias. O caminho da incrementação deu conta dos desafios até aqui, mas certamente não será o suficiente para as adversidades atuais e do futuro. 

Recentemente, o prêmio Think Work Flash Innovations avaliou 277 iniciativas em gestão de pessoas realizadas por empresas de diferentes setores e porte, com a finalidade de eleger as mais inovadoras – e claro, compartilhar com o mercado. Entre as 12 iniciativas premiadas é possível notar algumas semelhanças: 

• São iniciativas que conseguiram desviar dos obstáculos existentes no fluxo que vai da inspiração à implementação. Os projetos são estruturados, com objetivos claros, indicadores bem desenhados e mensuração de resultados. O ponto positivo desse cuidado é poder acompanhar o projeto durante sua realização e ajustar a rota com agilidade, o que aumenta a chance de sucesso.  

• As práticas apresentam algum aspecto inovador, seja na proposta, na metodologia ou no público para o qual é direcionada. Este é o primeiro passo em direção a construção de metodologias contemporâneas que deem conta dos desafios vividos no presente e futuro do trabalho. 

• Os projetos foram planejados ou construídos com a participação do público para o qual foram direcionados, o que torna a iniciativa mais assertiva. Poucas empresas pensariam em lançar um grande produto ou serviço sem usar seus melhores dados, seus melhores times e sem ouvir consumidores. Por que então não seguir o mesmo fluxo para criar ações que apoiam gestão de pessoas? Precisamos ouvir as pessoas e agir com base nos resultados desta escuta ativa. 

É fundamental e urgente repensarmos as práticas de gestão de pessoas, e o caminho mais ágil e assertivo é aquele que envolve construção compartilhada. Que as organizações continuem contando para o mercado sobre suas iniciativas e que possamos conhecer, questionar, contribuir e ampliar os olhares, para que tenhamos rapidamente modelos de gestão de pessoas que contribuam para a construção de um mercado de trabalho produtivo e positivo para pessoas e negócios.