Miguel Nisembaum, especialista em ONA, revela como a análise de redes organizacionais ajudar a transformar as empresas
A capacidade de cooperar está gravada no DNA da vida. Da formação de cardumes para proteção mútua à construção de colmeias com complexas estruturas sociais, a natureza nos mostra que a união não é apenas a força, mas a chave para a sobrevivência e evolução das espécies.
No universo organizacional, essa máxima também se aplica: o sucesso depende cada vez mais da capacidade de conectar pessoas, liberando o poder da colaboração e multiplicando o potencial humano por meio do capital social.
Enquanto muitas empresas investem em talentos individuais como quem coleciona cartas raras, esquecem que o verdadeiro trunfo está em saber jogar em equipe. De que adianta ter os melhores profissionais se eles não conseguem se comunicar, compartilhar conhecimento e remar juntos na mesma direção?
O que podemos dizer é que cuidar somente do capital humano equivale a soma de potencial, enquanto incluir as métricas de capital social equivale a multiplicar o potencial humano.
Os números não mentem:
- 25 bilhões de horas de trabalho são desperdiçadas anualmente em colaboração ineficaz nas empresas Fortune 500;
- Apenas 24% das equipes dedicam tempo a trabalhos realmente importantes;
- 64% dos trabalhadores sentem que suas equipes são constantemente desviadas para tarefas menos relevantes;
- Em organizações com culturas de reunião ruins, perde-se 50% a mais de tempo em encontros improdutivos.
Esses dados da Atlassian são um sinal de alerta, um sintoma de que algo está desalinhado na forma como trabalhamos. As empresas se esforçam para recrutar talentos, mas frequentemente falham em criar um ambiente onde a colaboração floresça naturalmente.
É aqui que a Análise de Redes Organizacionais (ONA) entra em cena. Assim como os biólogos estudam as relações entre os organismos para entender o funcionamento de um ecossistema, a ONA analisa as conexões dentro de uma empresa para revelar como o trabalho realmente acontece.
Imagine ter acesso a um mapa que mostra os fluxos de comunicação, os líderes que inspiram, os pontos de gargalo que bloqueiam o fluxo de informações e os talentos ocultos que podem fazer a diferença.
Com a ONA ativa, o mapeamento acontece por meio de pulsos de pesquisas e entrevistas; e na ONA passiva, analisando dados de plataformas digitais, como fluxo de mensagens, agenda de reuniões etc.
Com os dados gerados pela ONA, é possível:
- Formar equipes imbatíveis: Como um maestro que seleciona os melhores músicos para cada instrumento, a ONA identifica as pessoas com habilidades complementares e maior potencial de sinergia, criando times de alta performance;
- Derrubar as barreiras da comunicação: A ONA mapeia os fluxos de informação, identificando os pontos de estrangulamento e permitindo a criação de canais mais eficientes para que as mensagens cheguem ao seu destino;
- Descobrir líderes inspiradores: Grandes líderes nem sempre ocupam cargos de liderança formal. A ONA identifica os influenciadores naturais, aqueles que inspiram seus pares com sua expertise e capacidade de conectar pessoas;
- Integrar novos talentos com acolhimento: A ONA ajuda a conectar novos colaboradores a mentores e colegas com perfis semelhantes, facilitando sua adaptação à cultura da empresa e acelerando o aprendizado;
- Navegar por mudanças com inteligência e sensibilidade: Em momentos de transformação, a ONA identifica os principais influenciadores, os pontos de resistência e os talentos-chave a serem mantidos, permitindo uma gestão de mudança mais estratégica e humana.
Em um mundo cada vez mais complexo e interdependente, o sucesso pertence às organizações que reconhecem o poder da colaboração como um catalisador de resultados. Investir em ONA é investir em inteligência social, criando um ecossistema onde o potencial humano se multiplica e gera prosperidade para todos.
Excelente artigo e ferramenta , Miguel!