Quase metade dos funcionários driblam regras para usar IA no trabalho

Cerca de 58% dos trabalhadores que usam inteligência artificial no dia a dia admitiram ter inserido dados sensíveis nas plataformas

Em meio à rápida adoção da inteligência artificial no ambiente corporativo, muitos profissionais têm preferido a conveniência ao cumprimento de normas. 

Segundo levantamento da Anagram, empresa de treinamento em segurança, 45% dos trabalhadores nos Estados Unidos admitiram ter usado ferramentas de IA banidas por suas companhias.

O estudo mostra ainda que quatro em cada dez entrevistados estariam dispostos a violar políticas internas para concluir tarefas mais rapidamente, enquanto 58% afirmaram já ter inserido dados sensíveis em plataformas de IA, como registros de clientes, informações financeiras e documentos internos. 

Falta de orientação? 

O uso de IA já é amplamente disseminado nas empresas e, inclusive, visto como uma forma de aumentar a produtividade. Mas a regulação dessas ferramentas ainda patina em muitas delas — ou simplesmente não existe. 

No levantamento da Anagram, que ouviu 500 empregados em tempo integral, 78% disseram já utilizar soluções como ChatGPT, Gemini ou Copilot, mesmo quando não há regras definidas pela companhia. Entre os que admitiram recorrer a softwares banidos, 26% afirmaram tê-lo feito na última semana e 12% no último mês.

Outro ponto crítico é a clareza das políticas corporativas: apenas metade dos trabalhadores considera que as diretrizes de suas empresas sobre IA são “muito claras”. 

A situação não é diferente no Brasil. E nem no RH. 

De acordo com a pesquisa IA no RH: Maturidade, Aplicações e Perspectivas, realizada pela Think Work, 78% das empresas já adotam a tecnologia na gestão de pessoas. Porém, cerca de 29% ainda não ofereceram cursos ou treinamentos sobre o tema e 14% ainda não chegaram a considerar os riscos de segurança da informação no uso de IA no RH. 

O recado é claro: se os funcionários, e os próprios RHs, já estão usando a tecnologia, ignorar o tema não é mais uma opção. O desafio está em criar políticas realistas, treinar equipes e abrir espaço para conversas francas sobre riscos e benefícios. 

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