Mais de 20 mil animais de estimação eletrônicos foram distribuídos em 21 estados americanos. Quase 30% dos americanos com mais de 65 anos vivem sozinhos
Alguns estados americanos estão dando bichos de estimação robôs para fazer companhia a moradores idosos. A distribuição dos pets robôs foi uma saída encontrada para lidar com um problema endêmico nos Estados Unidos: a solidão dos mais velhos. Por lá, quase 30% dos americanos com mais de 65 anos vivem sozinhos.
E a sensação de exclusão, responsável por suicídios e quadros de depressão, piorou durante a pandemia. A procura é tanta que, ao todo, mais de 20 mil pets robôs foram distribuídos em 21 estados americanos.
Em 2020, um estudo na revista científica Journal of Gerontology apontou que usuários idosos que interagiram com os animais de estimação robôs por 60 dias relataram sentir maior otimismo e “senso de propósito”. E, às vezes, também se sentiam menos solitários. O estudo, como muitos outros, entretanto, não comparou os robôs aos humanos — mas a outras intervenções.
Porém, há controvérsias. Um outro estudo, dessa vez de 2014, instruiu que os indivíduos contassem uma história pessoal para um robô, que se virou enquanto a ouvia. Os participantes ficaram magoados com a indiferença do robô que, por um breve momento, havia mascarado sua incapacidade natural de sentir.
Por essas e outras, a prática divide especialistas. Até onde a relação é verdadeira e saudável? E, com o aumento da longevidade, qual será o limite ético dessa solução?