A vida adulta está encolhendo nossas amizades

Pesquisa mostra que adultos têm hoje apenas 3,6 amigos próximos e perderam nove amizades na última década

A vida adulta tem encolhido o espaço das amizades mais rápido do que se imaginava. Uma pesquisa recente da Talker Research, feita com 2.000 adultos nos Estados Unidos, mostra que as pessoas têm hoje, em média, apenas 3,6 amigos próximos.

O dado acompanha outra tendência: ao longo de dez anos, os entrevistados afirmam ter perdido cerca de nove amizades, muitas delas por motivos ligados à distância física, transições de vida ou simples falta de tempo. Homens e jovens da geração Z são os que mais perdem amigos ao longo do tempo, chegando a cerca de dez laços rompidos por década.

Divergências de valores também vêm ganhando peso nas rupturas. Cerca de 22% dos participantes deixaram amizades para trás por não se reconhecerem mais nas crenças do outro. Mais de um terço admitem que simplesmente pararam de fazer contato.

Amizades no trabalho também têm importância

O local de trabalho pode ser um dos espaços onde ainda é possível construir relações. Dados da pesquisa Think Work Market | Saúde Mental e Bem-Estar no Trabalho, publicada em junho de 2024, mostram que ter amigos no emprego gera muitos benefícios.

Entre quem possui amizades profissionais, 59% relatam melhora nos relacionamentos dentro e fora do trabalho, contra 40% entre aqueles que não têm vínculos próximos no ambiente laboral.

A presença de amigos também influencia diretamente o bem-estar mental. A sensação de depressão diminui para 44% entre quem mantém amizades onde trabalha, enquanto apenas 30% dos profissionais sem laços relatam o mesmo efeito. Esses vínculos fortalecem o suporte emocional, tornam o cotidiano mais leve e melhoram relações com gestores e colegas.

Além disso, criam condições para desenvolvimento pessoal: seis em cada dez identificam mais oportunidades de aprendizado, contra quatro em cada dez entre os que trabalham sem conexões afetivas.

Os dois estudos convergem para a mesma conclusão: mesmo que o tempo dedicado às amizades tenha diminuído, o desejo por relacionamentos continua forte. Em um cotidiano acelerado, reconhecer a importância desses vínculos e buscar novas formas de cultivá-los pode ser essencial para manter o equilíbrio.

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