Alfabetização de crianças foi comprometida na pandemia

O tempo longe das salas de aula durante a Covid-19 está custando caro para as crianças, especialmente para aquelas ainda em idade de alfabetização.

Nos Estados Unidos, um estudo da Universidade da Virgínia divulgado pelo New York Times mostrou que a capacidade de leitura das crianças nos primeiros anos do ensino fundamental era a menor dos últimos 20 anos, algo que os pesquisadores disseram ser “alarmante”.

Na região de Boston, Massachusetts, problemas de leitura foram identificados em 60% dos alunos das escolas em regiões de baixa renda, o dobro de antes da pandemia. As consequências disso podem ser dramáticas, dizem os especialistas. Tiffany Hogan, diretora do Laboratório de Fala e Linguagem no Instituto MGH de Profissões da Saúde, em Boston, disse que a pandemia nos colocou em um novo território.

Pessoas com baixos níveis de competência em leitura são mais propensas a abandonar a escola e a ganhar menos dinheiro – além disso, quando adultas, tendem a se envolver mais com o sistema de justiça criminal.

Aqui no Brasil, os dados são igualmente preocupantes. Segundo a ONG Todos pela Educação, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), entre 2019 e 2021 houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever. 

Além de tudo, os impactos da pandemia na educação, que ainda estão sendo calculados, vão agravar um problema que já prejudica as empresas: a falta de mão de obra qualificada. Em meio à transformação digital, será preciso investir ainda mais em programas de capacitação.

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