Quem cuida da saúde corporativa?

Sete em cada dez empresas esperam um aumento do gasto de saúde “bem acima” da inflação – mas há uma forma de inverter essa tendência

As organizações são, sim, responsáveis pela obesidade ou pela depressão de seus funcionários. Se não resolverem isso, continuarão pagando o preço. 

Por causa da pandemia, a população teve medo de ir ao médico no último ano. Tratamentos foram adiados e cirurgias, suspensas. Ao olhar as despesas com saúde em 2020, as empresas ficarão felizes. Mas a demanda reprimida tende a estourar em algum momento, elevando os gastos. Pior que isso: a rotina que nos adoece vai continuar igual. Ou piorar, uma vez que o escritório invadiu a casa e as jornadas foram esticadas.

Sete em cada dez empresas esperam um aumento do gasto de saúde “bem acima” da inflação, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Brasil (ABRH Brasil) concluída em março de 2020 (antes, ainda, da pandemia). Das 704 respondentes, 83% duvidavam da possibilidade de reduzir essa despesa.

Uma história diferente

Em 2017, o Hospital Israelita Albert Einstein iniciou uma abordagem diferente, seguindo a metodologia da Tripla Meta, do Institute for Healthcare Improvement (IHI). O órgão recomenda que sejam analisados três pontos: o bem-estar populacional, a experiência de cuidado do paciente e o custo per capita da saúde.

O projeto Cuidar começou com as 30 mil vidas que o hospital cuida, entre funcionários e dependentes. Resgatando o antigo conceito do médico da família, o RH passou a olhar a saúde integralmente: uma equipe de profissionais da saúde mapeia o histórico do paciente, seus hábitos de vida, alimentação, rotina de exercícios, e até onde vive. As informações são guardadas em sistema, fáceis de serem acessadas pelos médicos, e que vão alimentando o RH com dados analíticos, acompanhados semanalmente.

A equipe também tenta incentivar mudanças de hábitos que poderiam resultar em melhor qualidade de vida. “Nas classes mais baixas, o médico prescreve um remédio de 400 reais e as pessoas não compram. O que fica mais caro? A empresa arcar com essa despesa ou pagar a internação depois?”, questiona a diretora executiva de RH do hospital, Miriam Branco da Cunha.

De abril de 2019 a março de 2020, o Einstein gastou pouco mais de 31 milhões de reais com internações, uma economia de quase 8 milhões de reais em comparação ao mesmo período no ano anterior.  A queda na conta com exames chegou a quase 1 milhão de reais.

Então veio a covid-19. E a visão de saúde integrada no Einstein atingiu outro patamar.

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