Pesquisas indicam que memórias esquecidas podem ser reativadas e que a revisão periódica aumenta em até 50% a retenção
Esquecer algo que parecia aprendido não significa que a memória foi apagada. Um estudo publicado na revista Cell Reports mostra que, em muitos casos, as lembranças ficam em um estado dormente e podem ser reativadas quando o cérebro recebe estímulos de reconhecimento, como rever uma palavra-chave, um trecho de música ou a primeira etapa de um processo.
Os pesquisadores defendem que o esquecimento não deve ser visto apenas como falha, mas como um mecanismo adaptativo.
Ao “desligar” temporariamente determinadas informações, o cérebro libera espaço para novos aprendizados e atualiza memórias que precisam ser refinadas — algo fundamental em ambientes de trabalho em constante transformação.
Impacto na produtividade
A ciência também aponta caminhos práticos para transformar esse processo em vantagem no dia a dia acadêmico e profissional. Um estudo da Psychological Science revelou que revisar conteúdos logo após uma noite de sono pode aumentar em 50% a retenção a longo prazo.
Outra estratégia eficaz é a prática distribuída: em vez de tentar absorver tudo de uma vez, revisitar o tema em diferentes momentos fortalece a memória e reduz o tempo necessário para reaprender tarefas.
Essas descobertas têm aplicação direta em rotinas corporativas: desde treinamentos de novos colaboradores até a preparação para reuniões, apresentações ou projetos estratégicos. Planejar momentos de revisão não só melhora a capacidade de lembrar, como também aumenta a confiança e reduz erros, elevando a produtividade.
Nesse sentido, o esquecimento pode ser visto como parte do processo de aprender, atualizar e aplicar conhecimentos no trabalho. Ao entender como reativar memórias dormentes, profissionais e empresas podem ganhar eficiência em um mercado que exige aprendizado constante.