Treinamento virtual ajuda ex-detentos a conquistar emprego

Simulador online de entrevistas de emprego aumenta confiança, reduz ansiedade e acelera inserção no mercado de trabalho para pessoas que saem do sistema prisional

Uma pesquisa da Universidade de Michigan revelou que o uso de simuladores virtuais de entrevista de emprego pode ser uma ferramenta eficaz para apoiar a reintegração de pessoas após o cumprimento de pena.

O estudo, publicado em agosto, indica que a prática em cenários realistas fortalece a confiança, melhora o desempenho nas entrevistas e reduz o tempo até a conquista de um trabalho formal.

O experimento foi realizado em parceria com duas prisões de Michigan e envolveu 100 participantes. Destes, dois terços tiveram acesso ao treinamento virtual enquanto ainda estavam inscritos em um programa de preparação profissional voltado para atividades técnicas. O objetivo era avaliar se a tecnologia poderia contribuir para superar as barreiras enfrentadas no mercado por quem possui histórico de encarceramento.

Os resultados chamaram atenção: seis meses após a libertação, 82% dos participantes que utilizaram o simulador já estavam empregados. Além disso, apresentaram maiores chances de conseguir vagas competitivas, relataram maior motivação e demonstraram redução significativa da ansiedade em processos seletivos, quando comparados ao grupo que não participou do treinamento.

Para Matthew Smith, professor de serviço social e autor principal do estudo, a iniciativa pode preencher uma lacuna importante na preparação para o mercado de trabalho. “Implementar treinamentos virtuais de entrevistas em serviços vocacionais pode ajudar a superar barreiras críticas de empregabilidade”, afirmou em comunicado. O projeto foi financiado pelo Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos e pelo Departamento de Justiça.

Como sempre, a atuação dos profissionais de RH na expansão desse tipo de iniciativa é bem-vinda. Além de defender programas de recrutamento voltados para esse público, eles podem apoiar treinamentos de empatia para gestores e liderados, ajudando a reduzir preconceitos e a lidar com obstáculos frequentes, como dificuldades de transporte ou falta de suporte com cuidados infantis.

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