Expectativa líquida de emprego chega a 36%, impulsionada pelo crescimento das empresas e pela demanda em setores como finanças, logística e tecnologia
A mais recente edição da Pesquisa de Expectativa de Emprego do ManpowerGroup revela um cenário de otimismo para o mercado de trabalho brasileiro no 4º trimestre de 2025.
A expectativa líquida de emprego atingiu 36%, um avanço de três pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Entre os 1.050 empregadores entrevistados, 53% afirmam que pretendem contratar, enquanto 18% projetam reduzir quadros, 27% não preveem mudanças e apenas 2% ainda não decidiram.
O resultado coloca o Brasil acima da tendência global, na qual a expectativa líquida é de 23%.
Crescimento das empresas é motor das contratações
O principal fator por trás do aumento das vagas no Brasil é o crescimento das empresas, apontado por 42% das organizações. Outras motivações incluem os avanços tecnológicos, que exigem mais expertise (31%), a criação de novas funções decorrentes de novos empreendimentos (29%), além de projetos específicos e iniciativas de diversidade, ambos citados por 27% dos entrevistados.
Esse movimento indica que, além da necessidade de expansão de equipes, há um olhar estratégico para inovação, inclusão e especialização — dimensões que moldam a competitividade das organizações brasileiras.
O levantamento ainda destaca setores-chave em que a intenção de contratação é mais expressiva. Finanças e imobiliário lideram com 46%, seguidos por transporte, logística e automotivo (42%), tecnologia da informação (41%) e serviços de comunicação (41%). A indústria e materiais também aparecem no radar, com 34% de expectativa de aumento no quadro de pessoal.
Desafios para preencher vagas
Apesar das projeções positivas, o Brasil enfrenta obstáculos relevantes na contratação. Recrutar candidatos qualificados foi citado como o principal desafio por 55% dos empregadores.
Outros pontos de atenção incluem a dificuldade em fechar vagas técnicas complexas (43%), a necessidade de melhorar a experiência do candidato (29%) e o desafio de lidar com alto volume de candidaturas (28%).
Já entre as companhias que estimam reduzir suas equipes, a incerteza econômica aparece como o principal fator, seguida pela adaptação às mudanças do mercado.
Para que as projeções de contratação se concretizem, o RH precisa atuar como tradutor das demandas do negócio em estratégias de atração e desenvolvimento. Isso significa alinhar líderes, ajustar processos seletivos e garantir que as novas contratações fortaleçam a capacidade da empresa de crescer com eficiência e preparo para o futuro.