Funcionários ainda participam pouco das iniciativas internas das empresas

Somente 10% dos projetos inscritos no prêmio Think Work Flash Innovations receberam nota máxima no quesito participação dos trabalhadores

Dar voz às sugestões dos funcionários e envolvê-los na construção de novas práticas é fundamental para garantir mais credibilidade – e aderência – à qualquer nova iniciativa dentro de uma organização. 

Por isso, um dos aspectos analisados nos programas inscritos para o prêmio Think Work Flash Innovations foi a participação dos trabalhadores na criação e melhoria dos programas realizados. 

Mesmo assim, somente 10% dos quase 300 projetos inscritos receberam nota máxima neste quesito.

Confira algumas das iniciativas que se destacaram neste aspecto:

Café com Elas

O programa Café com Elas, desenvolvido pela Renault, busca desenvolver e empoderar as funcionárias da montadora por meio de encontros mensais em que elas compartilham histórias e dificuldades, além de contarem com palestrantes e participações especiais.

O projeto, que busca confrontar a predominância masculina na empresa – problema sentido em todo o setor automotivo – foi desenvolvido após a realização de uma extensa pesquisa interna. 

O estudo revelou que as mulheres da companhia, especialmente do time comercial, se sentiam pouco representadas e não sabiam quais caminhos tomar ou o que faltava em seu desenvolvimento para progredir em suas carreiras.

Depois de um ano, o evento reúne mais de 100 trabalhadoras por encontro e já mostra resultados: o time comercial, que historicamente registrava algumas das piores notas nas pesquisas de clima da companhia, já virou o jogo e agora figura entre os melhores setores da empresa no quesito.

Novo Jeito de Trabalhar

A Yara, fabricante de fertilizantes, criou o projeto Novo Jeito de Trabalhar para buscar as melhores formas de lidar com a volta das equipes ao trabalho presencial após a pandemia de covid-19.

Para isso, um grupo de 50 voluntários voltou a trabalhar presencialmente na empresa, para entender os reais desafios e cuidados necessários para que o resto da equipe pudesse voltar aos escritórios com a maior segurança possível. 

O grupo respondeu a pesquisas sobre a experiência da retomada, que depois foram compartilhadas com o restante dos funcionários da companhia. 

A partir das percepções dos voluntários foi realizada uma segunda pesquisa, dessa vez com todas as equipes da empresa, que ao lado de estudos de mercado e até dados coletados em processos seletivos, ajudou a definir que o novo modelo de trabalho da companhia seria o híbrido.

Cultura do Diálogo

O grupo de medicina diagnóstica Sabin identificou que seus funcionários sentiam falta de feedbacks mais constantes e assertivos para o desenvolvimento de suas carreiras dentro da organização. 

Tal percepção veio por meio de um outro programa, o “Jornada do Colaborador”, que buscou medir, por meio da escuta ativa dos funcionários, os sentimentos e percepções deles sobre o dia a dia do grupo.

A partir disso, foi criado o Cultura do Diálogo, por meio do qual a empresa ofereceu diversos conteúdos em forma de vídeos, podcasts, workshops e rodas de conversa, onde diferentes formas de diálogo foram apresentadas, com abordagens tanto para líderes quanto para liderados.

Como resultado, o número de empregados com feedbacks registrados na plataforma oficial da companhia tiveram um salto. De 7,5% antes da iniciativa, chegou a um índice de 87,3%, o que segundo os próprios trabalhadores, serviu como estímulo e aumentou a união do grupo. 

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