Segundo pesquisas trabalhar ao lado de gente que para de reclamar do emprego ou do chefe pode minar o sucesso de equipes inteiras
Trabalhar com um colega reclamão, que se queixa com frequência do chefe ou do emprego, pode ser contagiante. O efeito cascata dos infelizes tem até nome: contágio social. Segundo Hemant Kakkar, professor assistente de administração na Duke University, nos Estados Unidos, isso ocorre quando nós, como criaturas sociais, reconhecemos as emoções dos outros e as imitamos inconscientemente.
Algumas pesquisas sugerem que certas atitudes e comportamentos podem se espalhar de uma pessoa para um grupo de pessoas com bastante facilidade, especialmente em contextos de trabalho: por exemplo, os funcionários são mais propensos a se envolver em ações antiéticas, como mentir ou roubar, se trabalharem com outras pessoas que cometem tais atos.
Dessa forma, atitudes, comportamentos e emoções se espalham entre pessoas, que então assumem as características do grupo. Uma pesquisa da Gallup apontou que os funcionários que estão ativamente desengajados e buscando outro emprego conseguem contaminar aqueles que estão desempenhando bem e, teoricamente, engajados.
Outro ponto a ser considerado é que, dependendo da proximidade, o potencial de difusão dos sentimentos de insatisfação também aumenta. Ou seja, embora fazer amizades no trabalho possa ser benéfico e ajudar a ter equipes mais inovadoras, às vezes isso também pode criar sessões particulares nas quais grupos se reúnem apenas para reclamar do trabalho e da companhia.
Quanto maior a influência do reclamão, como um líder, maior é sua capacidade de contaminar a equipe. E, às vezes, nem a demissão adianta, pois o infeliz pode levar consigo os colegas, causando outro fenômeno: o contágio da rotatividade, ou seja, quando várias pessoas de uma mesma equipe de demitem em massa.