Empresas e governos mundo afora discutem a possibilidade de uma semana de quatro dias de trabalho, sem redução de salário
Estamos tão acostumados em como as coisas se apresentam que deixamos de questionar os modelos. Quem criou o conceito de fim de semana foi Henry Ford, em 1926, ao dar dois dias de folga aos trabalhadores de sua fábrica. Mas isso pode estar com os dias contados.
Ou melhor, o sonho de se trabalhar menos e ter mais tempo livre parece mais perto de ser concretizado. De acordo com o site de recrutamentos ZipRecruiter, nos últimos três anos passou de apenas 62 para 10 mil o número de vagas que mencionam uma semana de quatro dias de trabalho.
De startups, como a empresa alemã de tecnologia Awin, a indústrias tradicionais, como a Unilever na Nova Zelândia, cresce a lista das companhias reduzindo os dias úteis para os funcionários.
Os governos da Espanha, Alemanha e Japão também já discutem propostas para apoiar a semana de quatro dias de trabalho.
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Diante da pandemia, um grupo liderado pelo ex-chanceler britânico John McDonnell escreveu uma carta a líderes como Joe Biden, Boris Johnson e Angela Merkel, sugerindo a semana de quatro dias para salvar empregos, repensar padrões de trabalho e reduzir o consumo de energia.
Em agosto do ano passado, o sindicato alemão IG Metall, com 2,3 milhões de membros, propôs uma semana de trabalho mais curta em resposta à crise de saúde e às mudanças na indústria automobilística, que precisará de menos mão de obra à medida que migra sua produção para os veículos elétricos. A montadora francesa Renault, por sua vez, já está dando folga nas sextas-feiras para cerca de 13 mil funcionários até meados de agosto, enquanto busca cortar custos para enfrentar a queda nas vendas.
Para as empresas que quiserem seguir o exemplo, um estudo da Universidade de Reading, na Inglaterra, traz uma boa notícia: quase dois terços das empresas que já adotaram as jornadas semanais de quatro dias viram sua produtividade crescer.
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