Presença confirmada no Think Days, evento da Think Work que acontece em maio, o maestro e pianista tira de suas quase oito décadas dedicadas à música valiosas lições de carreira
Se tem alguém que aborda com propriedade os desafios para seguir uma carreira profissional é o maestro João Carlos Martins. Pianista profissional aos 13 anos, considerado um dos principais intérpretes de Bach antes dos 30, maestro aos 63 e agora, ao encerrar sua participação internacional à frente de uma orquestra no próximo dia 9 de maio, no Carnegie Hall, em Nova York, Martins já tem um novo objetivo. Ele vai se dedicar com mais afinco à atuação como educador musical. “Em qualquer profissão é preciso fazer do ofício escolhido uma missão”, afirma em entrevista à Think Work.
É sobre o significado do trabalho, a importância da resiliência e a capacidade de se adaptar às mudanças impostas pela vida que o maestro vai conversar com os presentes no Think Days, evento promovido pela Think Work que fará uma imersão em tendências e práticas inovadoras em RH, entre os dias 14 e 15 de maio, em São Paulo.
Carreira inovadora
Inovação é o que não falta na carreira de Martins, que encerrará o Think Days. Como educador musical, o maestro vem desenvolvendo há cinco anos um projeto de aulas online para ensino de música para crianças. “Agora, estamos colocando o método em prática no colégio Liceu Pasteur, em São Paulo. A partir do ano que vem, o objetivo é levar para várias escolas do Brasil”, diz.
O método desenvolvido por ele passa pelo treinamento de professores de arte para que possam, com o auxílio de aulas gravadas em um telão, ensinar música para as crianças. “Nas escolas brasileiras, é impossível contratar milhares de professores de música” , explica.
Aos 63 anos, quando os médicos disseram que não poderia mais tocar piano por causa do agravamento da distonia focal – doença rara que lhe provocou cãimbras e espasmos musculares durante toda a carreira –, chegou a se matricular numa faculdade para estudar regência. Mas desistiu depois de quatro aulas. “Não tinha mais idade para fazer um curso de maestro, que iria demorar anos. Então, aprendi a reger com os músicos. Foram eles que me ensinaram”, conta.
Perfeição e equilíbrio
Nas quase oito décadas dedicadas à música, desde que aprendeu piano aos 8 anos, Martins passa horas seguidas estudando. “Nas diversas profissões, a palavra mágica é perfeccionismo. Mas é preciso paciência para alcançar seus objetivos. Quantas vezes me passou a dúvida: será que vou atingir isso?”, lembra.
Para ilustrar o peso da dedicação e da paciência, o maestro gosta de contar uma história. “Uma menina se mudou para Nova York aos 18 anos para estudar música. A primeira coisa que fez ao chegar no endereço onde ia morar, na rua 27, foi perguntar a uma senhora: ‘como faço para chegar ao Carnegie Hall?’. A mulher respondeu” ‘estudando, estudando, estudando’”.
O maestro reconhece, no entanto, que a busca pelo perfeccionismo esconde algumas armadilhas, como o aumento da ansiedade. “Isso pode levar a uma depressão. É preciso saber conciliar e ficar no meio termo, no centro dessa busca pelos objetivos”, diz.
Perguntado como conseguiu atingir esse equilíbrio, o maestro brinca: “Não consigo responder nem se o alcancei, mas continuo buscando”, e completa: “O segredo é ter resiliência e saber se adaptar à sequência dos fatos da vida”.
Maravilhoso. Quando conheci a sua história fiquei muito feliz. Quando assisti sua apresentação foi inesquecível. Era professora no ano. Hoje estou aposentada.
Você é um presente de Deus.
Obrigada e Parabéns hoje e sempre.