A estratégia da empresa de software japonesa Tange’s Shift é bem simples: comprar empresas terceirizadas e aumentar a remuneração dos funcionários
Desde o seu IPO, em 2014, as ações da empresa de software japonesa Tange’s Shift Inc. subiram impressionantes 5.300%, o segundo melhor desempenho da bolsa de Tóquio. A capitalização da empresa também subiu para cerca de US $ 2,3 bilhões, empurrando o valor da participação de 33% do seu presidente, Masaru Tange, para cerca de US$ 745 milhões.
E o que explica tamanho sucesso? Tecnologia de ponta? Squads ou outras formas de organização inovadoras? Não. De acordo com Tange, estratégia da companhia é bem simples: aumentar o salário dos trabalhadores.
A Tange’s Shift compra empresas prestadoras de serviços de tecnologia e promove seus engenheiros. A Shift tinha 3.308 engenheiros como funcionários no final de fevereiro, um aumento de mais de 14 vezes em relação aos 228 no final de novembro de 2015. A empresa adquiriu pelo menos 14 empresas durante esse período.
O executivo defende que é possível fazer isso e ainda cobrar preços competitivos, pois internalizar os serviços melhoraria a eficiência dos processos e eliminaria a cobrança de fornecedores terceirizados para a execução deles. Além disso, ter mais funcionários levaria a empresa a fazer mais negócios, o que também aumentaria a receita.
“Tenho um forte desejo de resgatar esses jovens funcionários”, disse Tange, fundador, presidente e CEO da Shift, em uma entrevista. “Quero criar um ambiente de trabalho justo por meio de fusões e aquisições.”
Segundo especialistas, engenheiros de software são mal pagos no Japão em comparação com o resto mundo, o que explica a estratégia bem-sucedida da Tange’s Shift.
Depois de uma onda de terceirização, muitas empresas também voltaram atrás e passaram a internalizar operações, como atendimento e tecnologia. A lógica é simples: com melhores condições e salário, os funcionários são mais produtivos, o que alavanca os negócios
Com informações da Bloomberg.