Cultura organizacional é uma força invisível que permeia as empresas. É tão forte que, da recepção, você sabe se a organização é hierárquica, informal, processual ou flexível.
O pé direito alto e as paredes de mármore de um banco, indicam uma liderança que preza por status e poder. Mesmo sem nunca ter participado de um encontro, podemos imaginar como são as reuniões de trabalho e o relacionamento entre chefes e subordinados. Da mesma forma, os sofás coloridos e as roupas descoladas em uma startup sugerem um ambiente descontraído.
Esse aparato que reflete o jeito de ser de uma organização desapareceu com a pandemia. As paredes, mesas e cadeiras são aquelas que cada um tem em casa, improvisadas para o home office. Nas reuniões, os chefes não se sentam mais na cabeceira – eles são mais um quadradinho no meio dos outros rostos planos que aparecem na tela do computador.
O home office também acabou com os rituais realizados com a presença dos funcionários no escritório – a interação no café e no almoço, a roda do pessoal de vendas, a caminhada ao lado do chefe, a formação de alianças estratégicas, a energia dos encontros.
Em menos de um ano, o universo do trabalho mudou radicalmente. O que acontece com a cultura organizacional em um cenário em que os empregados ficam isolados em casa? Ela pode morrer, se o home office se prolongar? Será possível criar uma cultura corporativa digital? Se sim, quais seriam seus elementos?
Com o ambiente tradicional em suspense, está na hora de os RHs projetarem o modelo de trabalho do futuro. Ter uma cultura digital é a base para o processo.