Parte 3 – Pressupostos básicos

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Há várias definições para cultura. Da mais simples (o conjunto de cognições compartilhadas por membros de uma unidade social) à mais difundida (o grupo de valores, crenças, conhecimento, moral, costumes e outros hábitos que definem uma sociedade).

É a cultura que dita como as pessoas se comunicam, vestem, moram, trabalham. No mundo corporativo, determina não só como a organização conduz os negócios, mas também quem são – e como trata – seus clientes, funcionários e fornecedores mais importantes.

 A cultura corporativa é formada por camadas. A externa, mais visível, é composta pelos artefatos (as paredes de mármore, as mesas maiores dos chefes), que já revelam traços importantes. No meio estão as normas e os valores (“respeito pelo outro”, “meritocracia”, “atitude de dono”), que pregam as crenças e o modo como se deve pensar e agir (“tenha iniciativa”, “ajude um colega em dificuldade”). Na camada mais profunda se encontram os pressupostos básicos (o medo de perder o poder por compartilhar informação, ou a confiança em tomar uma decisão) – as regras não escritas, mas que aprendemos a jogar. As companhias com um jeito de ser forte têm consistência e alinhamento nessas três camadas.

Todos esses elementos podem ser ensinados em sala de aula, mas são captados principalmente pela observação. Você reconhece o tipo de comportamento que o chefe gosta e, instintivamente, se adapta para agir daquele jeito.

 A cultura digital seria uma forma de transportar esses artefatos, valores e pressupostos para o mundo disperso, aberto e virtual que vivemos hoje.